Nem parece que já fazem 5 anos que escrevi a curta A Duna do Guardião da Rainha do Mar, utilizando a cultural, histórica e mística cidade de Rio Grande.
Revisitar a cidade que não só inspirou a obra citada acima, mas também outros projetos finalizados, porém não publicados, como Estrada Fantasma (apresentado no festival Co.Mundo em Rio Grande em julho de 2015) é sempre uma experiência nova e emocionante.
Rio Grande continua com uma atmosfera misteriosa para aguçar a criatividade
A cidade que abriga o balneário Cassino, local onde se encontra a maior praia em extensão do mundo, possui uma atmosfera que, para o personagem real John Luccock, inserido na história fictícia A Duna do Guardião da Rainha do Mar, é um local de memórias imortais, para sempre gravado em sua alma.
Ao passar do Pórtico da cidade e caminhar pela avenida Rheingantz, vislumbrando outra memória imortal da cidade, a fábrica têxtil da Rheingantz fundada no final do século XIX (hoje abandonada), não tem como qualquer escritor, ou artista de qualquer área, não se inspirar e começar a criar, quase que automaticamente, uma obra em sua cabeça à partir do que seus olhos veem.
Porém não é só o ambiente histórico e cultural da cidade que aguça o sentido criativo dos autores que por aqui se aventuram. Sua própria atmosfera urbana, as tribos com seus diversos gostos, viajantes, moradores locais, os conservadores, os revolucionários, os visionários… tudo faz parte de um conjunto que, ao lado da minha teoria da Energia Cassino, transforma este pedaço de terra em um local único no globo terrestre.
O que Veritas Volpe planeja para o futuro?
O escritor Raposa da Verdade, permanece em seus devaneios criativos, por vezes colocando a mão na massa, por vezes procrastinando.
Apesar de Rio Grande não ser mais o foco, já que âmbito político exige dos escritores uma posição para corrigir os erros que, mesmo cometidos no passado, passou a ocorrer novamente em nosso país; grande parte de minha atenção criativa focou-se no Brasil como um todo e Ditadura militar, com aquele ar de Metal Gear Solid (entendedores entenderão!).
Mas como todo escritor, roubo um pouco desta cidade, que me inspira, me descansa (e me cansa também), pois toda inspiração permanece presente em uma palavra ou outra, independente do assunto do artigo, do livro, da página, da folha em que o escritor deixa sua marca, seus rastros.
E o que muda nesta cidade após um gap de 5 anos usando a cidade como inspiração?
Infelizmente, pouca coisa parece ter sido feita em termos de infraestrutura, mal que afeta não só a cidade em si, mas o seu balneário. Os habitantes de Rio Grande merecem melhor! Não é só porque a cidade conta com sua maravilhosa história e os mistérios de diversas culturas mescladas que seus governantes devem se esquecer que cada canto de seu habitat deve ser restaurado e preservado.
Isso inclui menos buracos para pessoas e carros trafegarem, geração de emprego local e restauração de estruturas antigas. Infelizmente, tudo barrado por corruptos bancados pelos verdadeiros vilões da história; monopólio de grandes empresas que barram e jogam toda a culpa para o fraco e corrupto governo.
Mas como todo brasileiro, as pessoas e a cidade resistem, mostrando que não importa o poder financeiro de empresas e corruptos, é necessário uma força muito maior para abalar o espírito de luta desses habitantes maravilhosos.
Assim como John Luccock em seu diário, sempre imaginei Rio Grande como uma cidade imortal, especialmente para minha criatividade… e imortal ela permanece!