Entrevista: Izabel Marques Méo - Escritora do livro Desatando Nós

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O Brasil está repleto de mulheres talentosas em diversas áreas do conhecimento, e com o mundo da escrita e dos indispensáveis livros, não é diferente.

O lançamento do Desatando Nós aconteceu no dia 7 de dezembro, no Café Quiero, Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Reuniu cerca de 100 pessoas, entre familiares, amigos e curiosos. A autora, que nasceu em São Paulo, mas hoje vive no Reino Unido, aproveitou a oportunidade para reencontrar amigos, contar como cada história apareceu para ela antes de virarem contos, e, claro, autografar os exemplares vendidos.

Perfil da escritora Izabel Méo:

Nome completo: Izabel Marques Méo
Data de nascimento: Inverno de 1988
Idade: 36 anos
Gosta do seu café: Amargo e forte
Livro Favorito: Todos do Sherlock Holmes
Autores favoritos: Carla Madeira e Roxane Gay
Livro apresentado no Evento: Desatando Nós

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Vinicius: Quando você teve interesse em começar a escrever e qual foi o gatilho que fez você ir para essa área?

Izabel Meó: Eu tenho o hábito de escrever e criar histórias desde a infância. Acho que o gatilho foi uma aula de redação na segunda série. Era para ser um exercício de escrita em etapas, a professora dava insumos para escrevermos a jornada de um personagem. A ideia era que todos escrevessem seus pequenos trechos individualmente e aguardassem a próxima “pista”. Acontece que, com a primeira dica da professora eu já criei toda uma história e saí escrevendo mais rápido e queimando a largada dos colegas. Depois daquele dia percebi que tinham duas coisas diferentes em mim, uma é que eu gostava muito de escrever, e a outra é que eu sou uma pessoa ansiosa.

Vinicius: Como ocorreu o convite para participar do evento? Qual a importância para você fazer parte deste evento?

Izabel Meó: Organizei o lançamento do meu primeiro livro, Desatando Nós, no começo de dezembro. Escolhi um lugar na região onde minha família mora, Zona Leste de São Paulo, e em um horário que fosse confortável para as pessoas chegarem ao longo da tarde, com crianças, etc. Para mim, o evento de lançamento fecha um ciclo de tentativas em ser escritora profissional, ao mesmo tempo que é meu primeiro passo nessa nova fase da vida.

Izabela Meó dando autógrafos — Fotos por Jacqueline Plensack Viana

Vinicius: Você já havia realizado outros trabalhos de escrita anteriormente? Contos, artigos, etc.?

Izabel Meó: Eu trabalho com texto e produção de conteúdo e de notícias desde 2006. Quando comecei na faculdade de jornalismo, ainda durante o estágio, já escrevia profissionalmente, só não era ficção. Depois fui assessora de imprensa, redatora e produtora de conteúdo para mídias sociais por 13 anos. Escrevi duas monografias acadêmicas sobre comunicação visual e vários artigos acadêmicos para eventos e periódicos. Escrever ficção era mais um passatempo, um escape da rotina de escrita profissional. Participei de dois concursos literários de crônicas entre o final do ensino médio e início da Universidade, mas nada muito concreto.

Vinicius: De onde surgiu a ideia de escrever o livro em questão?

Izabel Meó: Desatando Nós nasceu de duas histórias que eu tinha começado a escrever. A primeira seria o presente de Natal para uma amiga querida. Queria um livro que transmitisse a ideia de calor e comecei a escrever uma história de ficção. A personagem Vera apareceu para mim. A segunda história eu resgatei de causos de família que eu acho tão peculiares que precisavam virar algo mais. Rita veio nessa fase. Quando eu vi a chamada de originais da Editora Caravana percebi que não teria tempo de finalizar esses dois romances, então os transformei em contos e resgatei outros escritos que estavam esperando sua chance de brilhar. Durante o processo de edição, selecionei histórias que poderiam ser lidas em qualquer ordem, mas que tivessem algo em comum – nesse caso todas as protagonistas são mulheres – e, também, que trabalhassem com sensações e desafios, um desatar de nós.

Vinicius: Como foi o suporte da família e amigos para a produção do livro?

Izabel Meó: Até o livro estar acabado, isso quer dizer: aprovado pela Editora, revisado, com capa e data de lançamento prevista, ninguém fora meu marido, minha terapeuta e minha melhor amiga sabiam. Eles foram a minha força nos meses de finalização e produção do livro. Depois que estava tudo certo eu fui contando para outras pessoas da família e o apoio foi geral! Recebi muito amor, incentivo e mensagens lindas das pessoas se dizendo muito orgulhosas de mim. Fiquei nas nuvens com essa recepção.

Vinicius: Você quis passar alguma mensagem com o livro?

Izabel Meó: Minha mensagem é o livro, a leitura, as boas histórias como uma companhia para as pessoas. Uma alternativa à rotina, ao automático, ao digital.

Vinicius: Quais são seus livros e autores favoritos?

Izabel Meó: Sou muito eclética e gosto de muitas coisas. Gosto de histórias familiares, distopias e biografias. Eu sempre devorei os livros que a escola pedia, então amo Pedro Bandeira, Rogério Andrade Barbosa, Fanny Abramovich e Telma Guimarães Castro Andrade. Acho que a literatura infanto-juvenil brasileira é uma arca de tesouros que precisamos explorar para além da leitura obrigatória na escola. Como boa representante da minha geração, o primeiro calhamaço que li por vontade própria foi Harry Potter, claro, o que destravou várias possibilidades e até coragem em encarar livros maiores. Tenho lido muitas escritoras, como Roxane Gay, Aline Valek, Maria Adelaide Amaral e Carla Madeira.

Vinicius: Resuma seu livro em uma só frase.