Título Original: Tomb Raider The Lost Cult
Escritor: E.E. Knight (Eric Frisch)
Editora: Del Rey
Ano: 2004 (Inglaterra e E.U.A)
Mesmo que em sua origem Lara Croft tenha sido criada como uma personagem para atrair os jogadores masculinos, é inegável que ela seja (junto de Samus Aran, da Saga Metroid) uma das primeiras protagonistas de peso no mundo dos jogos eletrônicos.
Nos jogos atuais, apesar de não estar completamente livre do sexismo, Lara Croft se tornou muito mais um símbolo de força feminina do que uma personagem de poucas roupas para atrais o publico masculino.
Tomb Raider The Lost Cult (A Seita Esquecida) é um livro que se passa durante os eventos da primeira saga de jogos eletrônicos, porém sem o sexismo oriundo de sua origem conceitual, até mesmo porque o livro não tem apelos visuais e sonoros como os jogos eletrônicos.
Tomb Raider The Lost Cult nos apresenta uma Lara mais social do que nos games
A vantagem de termos livros que se passem no arco da primeira série de games é que temos uma Lara Croft mais carismática e humana.
Não é que os games eletrônicos da geração do Playstation 1 não tivessem história para acompanhar a ação, mas a mídia se baseava muito mais na interação (com exploração e ação frenética) do que na história em si.
Em The Lost Cult somos apresentados aos pensamentos de Lara, como ela se sente em determinados assuntos e até um pouco sobre o seu passado, como tentaram fazer no 4º game da série The Last Revelation.
No livro, além dos maravilhosos momentos de exploração em florestas tropicais no Peru e ação contra mercenários e a vida selvagem, também temos um vislumbre na relação fraternal entre o empregado da mansão, Winston (tão querido nos jogos antigos, que todo jogador adorava prender na geladeira da mansão), de suas amizades do passado (quando havia começado a explorar tumbas) e até sua vida profissional, dando uma palestra na Kings College enquanto foge de uma jornalista persistente e sem escrúpulos. Estes jornalistas… (HEY!).
Mas afinal, em que confusão se meteu Lara Croft em Tomb Raider The lost Cult
Pois é, entre testar novas munições e dar palestras na King’s College, Lara Croft é aproximada pelo norueguês Nils Bjorkstrom, também conhecido como Borg (um atleta de esportes radicais que perdeu os braços em um acidente, por isso possui membros protéticos) que busca a ajuda da nossa caçadora de tumbas favoritas para buscar por sua namorada, aparentemente sequestrada, chamada Alison Jane Harfleur.
Acontece que Lara conhece Ajay (como ela chamava sua antiga ex-amiga de exploração), na qual havia, no passado, terminado a amizade e não nos melhores termos.
Aí começa a aventura que envolve uma seita tão antiga quanto a própria história (conhecida como Méne), um cristal com poder de controlar as pessoas que olham para este objeto (ou melhor, “sugere” ações) e muita exploração entre Inglaterra e o Peru. E neste meio termo, a vida social de Lara vai sendo revelada, até mesmo sobre o que ela acha sobre Ajay.
Alison, também exploradora de tumbas, nunca foi muito “atlética” como Lara Croft em realizar o trabalho braçal da exploração, mas sempre foi muito boa no trabalho teórico e acadêmico, muito valiosa no time de exploração. Mas não contente, insistia à Lara em querer fazer o trabalho braçal, o que a fazia entrar em pânico muitas vezes e colocava a vida em risco de todos os envolvidos no trabalho de exploração.
Lara até tentou finalizar a amizade em bons termos, mas era isso, ou passar sua vida de explorada colocando a vida dela e de outros em risco devido ao comportamento teimoso de Ajay.
Nos tempos atuais (em que se passa o livro) a química que acaba rolando entre Nils e Lara pode ser mais um empecilho para conseguir tirar Ajay das garras da seita Méne… ou será que ela se alistou na seita por conta própria?
O livro, até suas páginas finais, é muito bom! Tem tudo o que desejamos em um conto em Tomb Raider: ação e exploração com explicações de lugares arqueológicos e relíquias. Mas no livro ainda vem com um pouco da vida social da heroína que todo mundo gostaria de conhecer um pouco mais.
Somente o final que acaba estragando um pouco o livro, em minha opinião, já que o conto é mais um que pega o mito Cthulhu para explicar o final, com um monstro à la H.P. Lovecraft. Até mesmo a explicação das formas estranhas da criatura é uma clara alusão ao mito Cthulhu.
Se você cresceu jogando as séries antigas da Lara Croft, encontrará um bom livro aqui, rápido e divertido, sem muito impacto significativo mas com uma boa sensação de nostalgia. Só não espere por um final muito impactante.