Título Original: Tomb Raider The Ten Thousand Immortals
Escritores: Dan Abnett & Nik Vincent
Tradução: Eric Novello
Editora: Nemo
Ano: 2014 (Mundo), 2016 (Brasil)
Lara Croft é um ícone da força das mulheres em um universo ainda dominado pelos homens: o mundo dos games.
Os jogos eletrônicos ainda são em grande parte protagonizados por personagens masculinos. Apesar de Lara Croft ter surgido como uma figura sexy em sua origem para atrair o jogador masculino, em seus jogos mais atuais ela se tornou um símbolo da mulher exploradora, pensadora e forte para solucionar problemas que afetam a ela mesma e a outras pessoas.
Tomb Raider – Os Dez Mil Imortais é um conto que se passa entre o 1° reboot do game e o 2°, intitulado de Rise of Tomb Raider. Mas será que um conto que envolve uma poderosa sociedade secreta, um ator maluco e viagens pela Europa seja digno da poderosa franquia dos jogos?

Os Dez Mil Imortais é um conto um tanto… extrapolado?
O 1° livro do último reboot da série Tomb Raider tem tudo o que nós fãs da Lara esperamos: viagens a lugares exóticos e históricos da Europa, muita ação e exploração. No entanto, é necessário conhecer o que ocorreu no primeiro game do reboot, que se passa na ilha de Yamatai.
Se você só busca uma boa aventura, no estilo Indiana Jones, porém só jogou os games antigos (ou nem isso!) da franquia Tomb Raider, se afaste deste livro, pois ele é um Tie-in (uma obra que se conecta a outra), e é necessário conhecer os eventos que ocorreram na ilha do primeiro game, assim sabendo do trauma que a Sam, amiga de Lara, passou neste jogo.

Se você conhece e é fã deste reboot, também não irá ficar impressionado. O conto se afasta muito da realidade da Lara Croft em determinados momentos, fazendo com que o conto se torne um amontoado muito fantástico, até mesmo para o universo da nossa explorada de tumbas favoritas!
Para curar sua amiga Sam dos traumas do passado, Lara Croft vai atrás do mitológico velo de ouro, dos antigos contos gregos, na esperança de curar sua amiga com as propriedades curativas que este velo parece possuir.
No entanto, não é só ela que busca por este velo de ouro. Temos os temidos Imortais, um ator super maluco atrás deste artefato para curar sua doença (isso mesmo… um ator!) e aliados na qual você nunca sabe se estão do lado da Lara ou dos inimigos.

Lara Croft faz o que ela sabe fazer de melhor: Explorar
Mesmo com a fraca história e alguns inimigos muito fora da casinha, quem é fã da exploradora pode achar o conto divertido em muitos aspectos quando se trata de exploração.
Lara visita diversos lugares da Europa, viaja de trem, explora ilhas isoladas na Grécia, visita tumbas e analisa mapas… mesmo com a extrapolada e fraca história, não vou negar que adorei estas partes de exploração. Estamos falando de Lara Croft fazendo o que ela ama e sabe fazer de melhor: explorar!
A ação que ocorre nesses lugares também são muito boas. Na mencionada ilha grega, Lara encontra cavernas em penhascos perigosos, na qual deve navegar enquanto dois assassinos (guarda-costas do doido ator) estão atrás dela.

Também temos uma incrível ação no final do livro que se passa na universidade de Oxford contra os Imortais, onde Lara questiona suas ações quando estudantes inocentes são pegos no fogo cruzado. Infelizmente esta ação se estende de mais e, apesar de tiroteios prolongados funcionarem em filmes e jogos eletrônicos, infelizmente não se pode dizer o mesmo para os livros… um defeito que existe nas páginas finais desta aventura.

Tomb Raider – Os Dez Mil Imortais: Veredicto
Assim como eu gosto de explorar os locais nos jogos eletrônicos envolvendo a Lara Croft, eu também adoro ler ela decifrando mapas antigos, violando tumbas em cavernas nunca antes exploradas, fazendo novas amizades enquanto viaja pela Europa de trem, etc… mas infelizmente isso não é o suficiente para salvar a mediocridade do conto e a fraca narrativa do livro.
Eu adoro a ideia da produtora de jogos eletrônicos Square Enix e Eidos Interactive de fazer com que as obras secundárias (livros, gibis, animações, etc…) sejam canônicas com os jogos, porém elas devem ser bem feitas, e não só um fraco texto para lucrar de quem já é fã da saga.

Eu até consigo recomendar o conto para quem é muito fã da série, especialmente deste Reboot, porém se você procura por uma boa aventura ou gosta de Tomb Raider somente devido a ação do jogo, existem mídias melhores para serem aproveitas do que ler Os Dez Mil Imortais.
Atualização: 03/05/2020
Você sabia que o Reboot da série ganhou um segundo livro? Não? Então veja nossa vídeo análise do 2° livro envolvendo a Lara Croft neste Reboot: Tomb Raider – The Path of the Apocalypse (Caminho para o Apocalipse) no link abaixo: