Escritora: Karen Travis
Publicação: DEL REY e Lucas Books
Ano: 2004

Para quem desconhece a série “Republic Commando”, ela iniciou-se como um jogo eletrônico lançado para computador e Xbox (clássico) em 2005, na qual o livro desta análise, lançado poucos meses antes, é uma ligação direta com o jogo. No game produzido pela Lucas Arts, você controla quatro clones pertencentes ao, o que tudo indica, melhor esquadrão de clones do universo Star Wars!

São quatro personagens que pertencem a esquadra denominada Delta no jogo eletrônico:

  • Scorch
  • Boss
  • Fixer
  • Sev

O jogo termina de maneira misteriosa e sinistra, quando Sev (o franco atirador do grupo) simplesmente desaparece.

Porém, para o livro, não há necessidade de entender o jogo, pois se passa com outra equipe. O máximo que pode acontecer é o leitor perder algumas referências dos acontecimentos do jogo. Os personagens do game aparecem pouco e são substituídos por outro esquadrão de novatos, denominado Omega. Os clones são:

  • Niner
  • Darman
  • Fi
  • Atin
Caixa e encarte do jogo Star Wars Republic Commando, que teve 5 continuações em livros escritos por Karen Travis.

Sinceramente, não gosto das obras da escritora , apesar de ter lido apenas suas obras dentro do universo Star Wars. Altamente militar, com diversas referências ao patriotismo e adoração nacionalista, como aquelas encontradas nas obras Norte Americanas, as histórias desta saga, apesar de boa no jogo eletrônico, são um tanto maçante nos livros. Possui momentos sentimentais clichês e situações com o intuito de vilanizar de maneira esdruxula algum personagem com personalidade, nome ou sotaque na qual lembram russos ou alemães (que novidade…). Porém, não irei me referir as outras obras do “Republic Commando” a não ser o “Hard Contact”, pois foi o primeiro livro de uma série de 5, e, surpreendentemente, não é ruim como os outros! Infelizmente, os 5 livros continuação do jogo eletrônico nunca foram traduzidos para o português, porém são facilmente encontrados para venda na língua inglesa.

Hard Contact, diferente dos outros quatro livros da série, possui um clima muito mais aventureiro. Sua única ligação com o assunto político que encontramos no rico universo do Star Wars são com as raças e os planetas. E acredite, isso é bom, pois quando Travis tentou embutir conteúdo político e até mesmo racismo de nacionalidade a partir do segundo livro em diante, foi onde a coisa começou a azedar!

Darman devolve o sabre de luz para a padwan Etain durante os eventos do livro.

Hard Contact é um bom livro, porém nada marcante no universo Star Wars…

Esta primeira obra da autora é o legitimo livro “Sessão da Tarde”. Primeira missão perigosa do esquadrão Omega, uma Jedi inexperiente precisando de socorro, um planeta cheio de perigos com uma base de laboratório construindo uma arma letal, na qual não revelarei aqui para evitar spoilers, mas posso dizer que foi uma sacada de mestre a arma em produção pelos vilões do livro.

Apesar do clichê, o livro é divertido e poucas partes o tornam maçante. A inexperiência dos soldados acaba criando um forte sentimento de camaradagem e colaboração criando momentos tensos e divertidos em situações de perigo. Se você está acostumado com o universo Star Wars vai gostar muita da ação e dos diálogos aqui encontrados. Se você jogou o game predecessor dos livros, vais gostar ainda mais, apesar de sentir falta do esquadrão protagonista do game, que são apenas meras referências aqui.

Esquadrão Delta se preparando para uma missão durante os eventos do jogo Star Wars – Republic Commando.

Para imaginar a ambientação do local em que se passa a narrativa, seria próximo do último filme da primeira trilogia de Star Wars (O Retorno de Jedi), quando Luke Skywalker e seu time se reúnem com os Ewoks para invadir a base no ambiente selvagem. Porém com apenas 4 soldados e uma Jedi. O clima possui mais elementos de espionagem do que guerra aberta, o que deixa o livro ainda mais interessante.

Infelizmente, o foco é centrado na vida difícil dos clones, tentando simular as atrocidades da guerra aos olhos de Travis. No final a única personagem que fica com uma personalidade interessante é Etain Tur-Mukan, uma Jedi Padwan inexperiente, que nem deveria ser o foco por não ser um clone. Darman, um dos membros clones do esquadrão aos poucos se torna interessante no decorrer da história, mas fora isso, apenas os vilões apresentam um traço de personalidade mais rico. Bom, afinal eles são todos clones, talvez um desinteressante queira dizer que todos são?… ¬¬

Todos os cinco livros escritos por Karen Travis, continuação do Game Republic Commando.

Em relação a todos os 5 livros lançados como continuação do Game, “Hard Contact” é na minha opinião o melhor, pois se desprende da política do universo e tenta ser uma aventura por si só.  Apenas o 4º livro (Order 66) eu recomendaria além deste, mas infelizmente todos são ligações, o que acaba sendo obrigatório ler todos para entender os acontecimentos anteriores.

 

Por

Escritor, crítico e redator aficionado por livros e jogos eletrônicos. Conhecido como Veritas Volpe no ambiente artístico e literário.

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