Autor: Bram Stoker
Tradução: Theobaldo de Souza
Editora: L&PM Pocket
Ano: 1897 (Mundo), 1998 (L&PM Brasil)
Acredito que podemos dispensar apresentações quando falamos em tão conhecido personagem, não é mesmo?
Hoje em dia, é comum as pessoas conhecerem Drácula pelas mais variadas mídias de entretenimento; seja no filme protagonizado por Keanu Reeves, ou pela saga de jogos eletrônicos Castlevania. Sem contar nas inúmeras séries de televisão derivado do conceito vampiro, como Buffy – A Caça Vampiros, The Vampire Diares, True Blood, etc…

Mas os amantes de livros sabem muito bem de onde se origina o arquétipo atual do famoso personagem: Drácula de Bram Stoker. Apesar de vampiros terem se tornado um sucesso na Europa ocidental ainda do século XIX, e em determinadas regiões do oriente (que possuíam lendas derivadas dessa criatura), foi a obra de Bram Stoker que, além de alcançar elevado sucesso, também foi portado para diversos países, sendo traduzido nas mais derivadas línguas.
Drácula de Bram Stoker é baseado em um personagem real
Baseado em um personagem real da Romênia, conhecido como o conde Vlad Tepes (se pronuncia Tapesh, que significa empalador), a obra de ficção de Bram Stoker pega emprestado este cruel rei e transforma seus atos horrendos em um pano de fundo para a criação de seu personagem Drácula.

Apesar de utilizar um mito (vampiros) que causou histeria coletiva na Europa, Drácula de Bram Stoker, lançado em 1897, não fez tanto sucesso quando começou a circular nas livrarias europeias, apesar de ter vendido razoavelmente bem nas prateleiras. Porém, hoje em dia, o livro do escritor irlandês só perde para a Bíblia em quantidade de publicações. O próprio Stephan King, o famoso escritor de obras de terror norte americano, considera Drácula um dos três grandes clássicos do gênero de terror.
Não é somente pelo seu suspense e obscura atmosfera que Drácula de Bram Stoker se destaca. O cenário da época é muito conveniente também. A Inglaterra vitoriana, em sua transformação oriunda da revolução industrial, cenário onde viveu grandes personagens literários como Sherlock Holmes e Dr. Watson, sempre me pareceu muito propício para histórias de terror. Stoker ainda demonstra domínio literário ao narrar o livro de maneira epistolar; Drácula é contado por meio de cartas trocadas entre os personagens, gravações em gramofones e anotações em diários. Este fato deixa ainda mais atmosférico e imersivo a história de Drácula, transformando o conto sobre a criatura Vampiro, já muito utilizado e fadado em 1897, em um clássico do horror literário.
E quando falamos em clássicos do horror, muitos autores surgem em nossas cabeças e suas mais derivadas obras. Edgar Alan Poe, H.P. Lovecraft e o próprio Stepham King, mas nenhum alcançou tamanha fama como Stoker, que somente com Drácula, criou uma obra de terror irrivalizável.

A atmosfera não é o único fator a transformar este livro no clássico que é hoje. Os personagens da trama são muito interessantes, apesar de serem o esteriótipo de virtude da época. Ler as cartas de Jonathan Harker enquanto parte para a aventura de livrar sua noiva de um monstro sem paralelos, mostra a batalha do desespero humano contra a frieza necessária para se enfrentar um inimigo de natureza desconhecida. O trabalho em equipe é outro atrativo do livro. Por vezes os personagens devem se separar para se encontrar em determinado ponto, construindo suspense e deixando o leitor aflito em saber o que está ocorrendo com os outros personagens.
Drácula de Bram Stoker, narrado em grande parte pelo personagem Jonathan Harker, possui somente um problema: longas descrições sobre o cenário. Em grande parte, essas narrações ajudam ao leitor imaginar melhor o cenário e construir a atmosfera, porém ler 3 páginas de descrições das montanhas em um livro que possui mais de 530 páginas (em sua versão de bolso!) não torna a leitura fácil. Mesmo assim, o conteúdo é tão forte e cheio de suspense que é difícil dizer que o livro é maçante, mesmo com este contratempo.

Assim como os protagonistas, os personagens secundários possuem traços únicos, dos mais variados, como é o caso do famoso professor Van Helsing. A obra de Bram Stoker possui tamanho impacto nas mídias de entretenimento contemporânea que até mesmo os personagens secundários ganharam (e continuam ganhando) obras centradas neles próprios. Segundo o Guinness Book, Drácula é o monstro que mais apareceu em obras de entretenimento, e sem dúvidas a obra de Bram Stoker teve grande influência nesta realização.
Pegue a cruz e o alho… ahn… digo, o seu café, e leia Drácula, essa é nossa recomendação! Se você, meu querido leitor, gosta de ser absorvido no universo do livro que está lendo, pode ter certeza que a obra de Bran Stoker irá cumprir com seu papel. Quanto aos amantes da literatura de horror e suspense, apenas uma mensagem: este livro é uma obrigação!
4 Comentários
Drácula é um clássico! Ao ler esse livro e os seguimentos se tem a impressão que se esta entrando no ambiente do escritor, vivendo as montanhas, sentindo o medo terrificante dos lobos famintos, sentindo a maquiavélica aproximação da maldade num torpor de enraizar o medo em todo o nosso corpo. Nenhum livro policial é maior que Drácula. A sua maneira como foi construído é de deixar o leitor com o medo nas mãos.
Verdade Claudio! A atmosfera é incrível. Bram Stoker é sem sombra de dúvidas um dos maiores escritores do terror, mesmo sendo Drácula sua única obra a ter alcançado tamanho status!
Li Drácula em 2020! Para mim, foi o melhor livro de literatura estrangeira que eu li, uma aventura emocionante, do início ao fim!
Nossa, muito bom mesmo! =)
É um dos meus livros favoritos da era vitoriana. Obrigado pelo comentário.