Título Original: Death in the Clouds
Escritora: Agatha Christie
Tradução: Milton Perssont
Editora: Altaya
Ano: 1935 (Mundo)
A nossa maravilhosa Rainha do Crime (Agatha Christie, para quem ainda não conhece!) sempre aparece aqui nas páginas do Café com Leitura que já estamos pensando em fazer uma sessão especial só para ela!
Desta vez nossa análise\resenha acontece em um conto que ela faz se passar nas nuvens, com o tão amado detetive belga Hercule Poirot.
Seria Morte nas Nuvens um conto digno da escritora Agatha Christie?
Comecei não gostando dos contos da Agatha Christie, vocês acreditam? Mas isso ocorre porque tive o infortúnio de ler A Mansão Hollow e Mistério no Caribe (nada contra quem gosta). Claro que comecei a ler os outros contos e logicamente passe a entender porque ela é, de fato, A escritora de romances policias.
Eu divido os contos da Agatha Christie em três categorias:
- Contos fantásticos: esses são aqueles livros incríveis que qualquer um que ler vai ficar impressionado e que exempificam o porque ela é, realmente, uma das melhores escritoras do mundo. Aqui temos contos como Assassinato no Expresso do Oriente, E Não Sobrou Nenhum e Cai o Pano.
- Contos excelentes e medianos: histórias boas que ficam no mesmo nível do Sherlock Holmes, ou talvez sejam um pouco melhores/piores. Aqui temos A Casa Torta, A Casa do Penhasco, O Natal de Poirot, etc…
- Contos ruins: separo essa categoria aos contos que realmente não entendo como saiu das mãos da Rainha do Crime (e, novamente, somente minha opinião, algumas pessoas gostam dos livros), na qual considero contos como Mistério no Caribe e A Mansão Hollow.
Mas onde isso deixa Morte nas Nuvens?

Um livro que chama a atenção pela capa e pelo título
Quando vi a capa do livro, fiquei encantado na mesma hora! Pensei: vai ser como no Assassinato no Expresso do Oriente que só se passa no trem, porém este é em um avião! Porém, não se engane como eu fiz… somente nos dois primeiros capítulos a trama se passa nas nuvens, dentro do avião.
Isso não quer dizer que o livro seja ruim. Tem um conto repleto de suspeitos! E o mais incrível é que todos os personagens são carismáticos e muito característicos. Cada um possui uma personalidade única e forte, não fazendo com que o leitor se perca durante a leitura se perguntando “Quem é mesmo este personagem?”.

E nossa talentosa Christie sabe como usar estes personagens para nos ludibriar. Sutilmente, ela coloca na mesa aquele personagem que está “muito na cara” para ser o assassino, aquele que ela traz de tempos em tempos para nos deixar com a pulga atrás da orelha, aquele que não aparece nunca, mas toda vez que surge parece ter algum motivo ou meio de ter perpetrado o crime e por aí vai.
E serei sincero… não descobri quem era o assassino até terminar o livro!
O final de Morte nas Nuvens é bom?
Infelizmente, mesmo não descobrindo o assassino no final, o culpado do crime não me convenceu muito.
Não me pareceu ser aquelas desculpas que escritores amadores fazem para livrar outros personagens de comportamento suspeitos durante a trama, mas o verdadeiro culpado é tão opaco quanto ao motivo em cometer o crime (principalmente porque vamos acompanhando todos os personagens durante o conto) que achei o desfecho decepcionante.

Porém a jornada até o final é muito boa, com situações engraçadas, uma boa atmosfera e inclusive com referências de casos antigos do detetive Poirot (mas você não precisa ter lido os contos anteriores para saborear este livro).
O que posso dizer no final é que Morte nas Nuvens é um livro recomendado não só para amantes da Rainha do Crime, mas também para quem gosta de um mistério com boa atmosfera e personagens carismáticos. Apesar de não ser um conto tão impressionante, colocaria Morte nas Nuvens na segunda categoria, em contos medianos da autora.
E você, gosta das histórias da Agatha Christie que só se passam em um local (em um trem, em uma ilha, em um avião)? Nos deixe sabendo nos comentários e não deixe de ver nossa vídeo análise!
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