Kosmokrats, desenvolvido pela empresa Indie Modern Wolf, é um jogo de puzzle (quebra-cabeças) que faz uma linda homenagem ao nosso tão estimado jogo russo Tetris e ainda coloca um prato cheio de sátiras políticas em plena Guerra Fria durante a corrida para dominar o espaço, entre a antiga União Soviética e o Estados Unidos da América.

O jogo é inteligentemente cômico em um nível estupendo! Se você gosta de assuntos políticos e diplomáticos dentro de enredos reais complexos a la Metal Gear Solid 3 Snake Eater, você encontrou o jogo certo.

Gostaria, antes de tudo, agradecer ao Rodrigo Brasiliense, jornalista de games eletrônicos que me forneceu a chave do beta para testar o game. = )

Kosmokrats jogo politica
Iuri Gagarin, o primeiro humano no espaço (uai, quem você achou que havia vencido a corrida espacial? O cara que pisou na lua?)

Na pele de um recruta descascador de batatas que se encontra em uma estação espacial em órbita na Terra (reforçando que o primeiro homem na lua pôde até ter sido um americano, porém no espaço foi um Russo, o histórico Iuri Gagarin) você é convocado a pilotar um drone e continuar a construção da estação espacial no maior estilo Bloco de Tetris, enquanto o “piloto oficial de drones” não chega na estação.

Durante a introdução somos apresentados a esses personagens caricatos ao maior estilo Stalin, fazendo críticas à brutalidade da antiga União Soviética, com diálogos muito engraçados. Nosso Tovarisch e comandante Boris logo nos coloca na sala de controle do Drone e nos passa a árdua tarefa de expandir a estação espacial.

E aí começa este jogo um tanto engraçado, um tanto político e um tanto atmosférico chamado Kosmokrats.

Kosmokrats jogo sátira politica
Diálogos engraçados e de sátira política ocorrem durante a missão e na base.

Jogo acessível e divertido, Kosmokrats requer habilidade no controle e inteligência para os quebra-cabeças

A física do jogo é muito bem trabalhada. Controlar o Drone em pleno espaço requer uma certa habilidade, inclusive para controlar aquele efeito deslizante que a falta de aceleração durante a alta velocidade requer em jogos como Super Mario ou games de corrida.

Porém não é só de habilidade que o jogo exige, ele requer também o uso do cérebro. A estação espacial é dividido em diversos pedaços, e você precisa unir esses pedaços de acordo com suas pontas coloridas. No entanto, no decorrer do game, as fases seguintes possuem diversos blocos das mesmas cores, o que pode ocasionar na junção errada dos blocos e assim falhar com a missão.

E tudo isso ocorre dentro de um prazo limite, porém, SEM PRESSÃO Tavarish! Ou você será jogado no Gulag!

Fique atento ao tempo limite na parte superior da tela. Se ele acabar, é missão falhada!

Mas não se preocupe, de tempos em tempos o jogo trará um puzzle diferente que, quando completado, deixará você escolher alguma melhoria para o seu Drone. Assim como as melhorias, as missões vão adicionando elementos novos, trazendo uma sensação de progressão boa e não repetitiva, similar a progressão de jogos como Zelda.

O jogo também possui uma sessão muito atmosférica após cada missão, onde você fica sentado diante do monitor, podendo ler o jornal para saber o que tem ocorrido na Terra, ou usar seus Kartoshkas para adquirir novos utensílios que alteram o visual do jogo ou ajudam nossos Cosmonauts espaciais. Gostaria somente que houvesse a opção de andar pela estação espacial e conversar com os personagens, já que o jogo possui diálogos engraçados e inteligentes.

O jogo possui uma reviravolta chocante ainda nas primeiras missões, que como diria meu amado afilhado:

Concordo Gui!

E essa reviravolta traz uma mensagem um tanto diferente dependendo do que você faz (sim, o jogo possui rotas diferentes dependendo do que o jogador fazer durante os puzzles! How cool is that!?) que, ao que tudo indica, juntará a humanidade em um novo caminho. Ou será que a dividirá mais ainda?

Descubra jogando este incrível game Indie que, tirando algumas falhas relacionada a otimização (mesmo não requisitando muito do hardware do computador, meu PC deu umas travadas) e a falta de legendas na língua portuguesa, pode te providenciar uma ótima experiência, com a visão lá do outro lado da cortina de ferro.

Por

Escritor, crítico e redator aficionado por livros e jogos eletrônicos. Conhecido como Veritas Volpe no ambiente artístico e literário.

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